"Nós temos que odiar o pecado e amar o pecador assim como nos ensinou Cristo Jesus"
Uma criança como outra qualquer, que faz travessuras.
"O que será de você meu fiho?" lhe disse um dia sua mãe preocupada.
A criança fica espantada e refaz muitas vezes a mesma pergunta em oração.
"O que será de mim, ó Maria"
Um dia ela apareceu com duas coroas de flores nas mãos: uma branca e outra vermelha.
"A branca é a pureza, e vermelha é o martírio. As queres?"
"sim"
E assim começa a facinante aventura de sua vida.
A criança sonha, sonha como toda criança.
Mas ela sonha em ser soldado, lutar com os cavaleiros de uma época, pela honra e salvação de sua senhora: a Imaculada.
Depois se torna frade franciscanoe, chegando a Roma para estudar, um dia aquele sonho volta a ser fortíssimo quando existe uma manifestação "blasfema" contra o Papa, na praça de Saõ Pedro. Então é preciso fundar a "Milícia da Imaculada ", uma associação com a finalidade de "procurar a conversão dos pecadores, dos hereges, dos cismáticos, ect. (...); e a santificação de todos, sob a proteção e pela mediação da beata Maria Imaculada"
Luta é sempre luta e sem nenhum limite. Porém, é uma luta sem espadas, fuzis, pistolas ou bombas: é uma luta pela evangelização com orações, medalhas milagrosas, conferências, grupos marianos, testemunho, várias revistas entre as quais "O cavaleiro da Imaculada", que atingira até um milhão de cópias, um convento-cidade (Niepokalanów) com 800 frades, uma missão no Japão para semear naquele país a Palavra de Deus e o amor de Maria... É uma luta duríssima, mas é uma "luta de paz". Ele de fato falava: "Nós temos que odiar o pecado e amar o pecador assim como nos ensinou Cristo Jesus".
Eis aqui Padre Kolbe. Um homem que realizou coisas incríveis em sua vida porque soube lutar sempre com as armas do amor e da paz. Um homem incansável porque animado por um segredo: a oração contínua e a consagração à Imaculada. " E nós somos seus da Imaculada, ilimitadamente seus, perfeitissimamente seus, somos quase ela mesma. Ela, por meio de nós ama o bom Deus. Ela, através do nosso pobre coração, ama seu divino Filhinho. Nós nos tornamos meio pelo qual a Imaculada ama Jesus e Jesus, tendo-nos como propriedade, quase parte da sua amadíssima mãe, ama-a em nós e por nós. Que belíssimos mistérios!..."
Padre Kolbe nos leva então até Maria e Maria até Jesus. E nós queremos ver Jesus. Padre Kolbe nos ajuda também nisso.
Como Maria formou Jesus nos trinta anos vividos em Nazaré, é sempre Maria que forma o seu Padre Maximiliano nos trinta e sete anos trasncorridos depois da aparição das duas coroas. Até chegar a segunda guerra mundial e no campo de Auschwitz onde ele fica preso.
É aqui mesmo que, depois de uma experiência voltada para apontar o Salvador aos homens e em propor a eles a santidade por meio da Milícia da Imaculada, ele se faz imagem viva do Cristo sofredor, se oferecendo no lugar de um condenado à morte por fome que, junto com outros nove, pagaria por quem conseguiu fugir.
Em dez entraram num bunker subterrâneo para não mais sair. Grito, blasfêmias e choros: a prisão se torna uma catedal.
Fora, no campo, se reacende uma experiência : o pode do ódio se pode ainda vencer com a força da caridade gratuita. "Só o amor constrói", tinha falado Padre Kolbe.
14 de Agosto de 1941: a última vida se apaga, cortada de repente pelo ácido fênico nas veias e uma luz fortíssima se acende no céu escuro de Auschwitz. Hoje nasceu um santo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário